OPINIÃO
por Mika Dias
Mais uma vez os/as jornalistas paraibanos/as estiveram reunidos/as em assembléia na terça-feira (15) na sede da Ordem Brasileira dos Advogados (OAB - PB) para eleger a junta governativa que vai tocar o sindicato dos jornalistas da Paraíba até a eleição que vai eleger a sua NOVA diretoria. Faço questão de frisar a palavra NOVA porque faz quase vinte anos que o atual presidente, Land Seixas de Carvalho, ocupa o cargo e é visto como um deus intocado da classe jornalística paraibana. E quando me refiro apenas a ele não se trata de nada pessoal, que isto fique bem claro! Com certeza, ele deve ter sua contribuição à categoria, mas porque não se pode renovar? Porque a categoria de jornalistas paraibanos não deseja mudanças?
A chapa Novos Rumos deseja apenas concorrer em pé de igualdade à diretoria do Sindicato, mas parece que até agora a grande maioria dos jornalistas, que tanto falam em ter opinião própria, não entendeu as nossas propostas, e o pior, difama e calunia, sem nem ao menos trocar um dedo de prosa, sem ao menos procurar saber de fato o que acontece e aconteceu no sindicato para haver afastamento de alguns membros, que hoje fazem parte do movimento Novos Rumos. Outros jornalistas presentes na assembléia e que também querem mudanças reais na entidade, que diz representar os/as jornalistas paraibanos/as, como Sônia Lima e Marcos Lima, em seus depoimentos falaram de perseguição quando tentaram contribuir para o melhoramento do sindicato. E ninguém se pergunta o porquê disto. Passamos em todas as redações e vimos jornalistas reclamando de assédio moral, de baixos salários, das condições de trabalho inadequadas ou péssimas, e da falta de atuação do sindicato nestas e outras questões. A atual diretoria acomodou-se e nada mais quer do que perpetuar-se no poder até quando a morte chegar. Fazendo aqui e ali um arremedo de atuação.
A junta eleita foi formada por representantes da atual diretoria e a proposta da chapa Novos Rumos não foi aceita, que era a composição da mesma ser feita por cinco membros, sendo dois da situação, 2 da oposição e 1 neutro para gerir o sindicato. Ganhou a composta por nove membros. Porém, nossa proposta não foi aceita e de maneira deselegante e autoritária fomos desrespeitados no auditório da OAB.
Éramos minoria, embora tenhamos em nossa chapa os 33 nomes solicitados para composição da chapa. Nomes de 33 jornalistas que estão insatisfeitos com a situação do sindicato da Paraíba e que quer novos rumos de verdade! Além de outros/as que apóiam nossa luta!
Faz pouco tempo que passei a tomar conhecimento do que pensa e como atua a classe jornalística da Paraíba, mas posso dizer com toda franqueza que me envergonha fazer parte de uma classe que não aceita o contraditório, o diferente e que faz o jogo sujo de qualquer político corrupto. (Não estou aqui chamando ninguém de corrupto!!) Ficou claro que os/as jornalistas paraibanos/as querem ser eternamente guiados/as e cuidados por um PAI, uma espécie de Getúlio Vargas, um patriarca que lhes diz o que os/as “filhos/as” devem fazer e seguir. A mentalidade dos/as jornalistas paraibanos/as presentes na assembléia é retrógada e equivocada, não aceitando, o oposto, o divergente, o diferente.
Muita coisa falta para esta categoria, que se diz formadora de opinião e que muitas vezes se considera acima do bem e do mal. Lamento pelas novas gerações que virão e verão a maneira que é conduzida o sindicato, que os diz representar.
Não queremos resolver as questões dos jornalistas sempre no Judiciário, mas este é um direito assegurado a qualquer pessoa e se isto se fez necessário foi porque nos foi ocultado documentos que devem ser de conhecimento de toda a categoria.
Se não temos propostas, como dizem, se não temos votos, como dizem, se somos loucos/as ou incapazes de gerir um sindicato, se somos minoria, porque não podemos concorrer as eleições? Se estamos em um estado democrático, porque as pessoas não podem ter a liberdade de escolher o que querem? E se escolhem apenas um dos lados SEMPRE, o que será que acontece? O que acontece nos bastidores antes da assembléia?
Porque não vemos transparência desta gestão? Porque não vemos a sua atuação, a atuação de todos/as os/as seus componentes?
Como bons brasileiros, os/as jornalistas paraibanos/as sempre delegam a um REI e seus assessores os seus próprios destinos. É mais prático, mais cômodo do que tentar fazer diferente, do que agir em coletivo e com diferenças.
Não importa estar no sindicato e conseguir a diretoria. Não importa se não conseguimos nos fazer compreender. Acredito que o mais importante é que conseguimos mostrar a situação do sindicato e dos/as jornalistas paraibanos/as, tocar em suas feridas. Como dizia a feminista Emma Goldman: em uma sociedade mantida pela mentira, qualquer expressão de liberdade é vista como loucura!
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