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quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Diretoria ataca oposição em nota na TV

Eleições no sindicato dos jornalistas



Foto: Fabiana Veloso
















Land entrega finalmente ata e regimento






A diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Paraíba fez veicular em emissoras de televisão da capital na última sexta-feira, 21, uma nota oficial noticiando a suspensão da eleição marcada para o último sábado, 22. A nota ataca de forma desesperada o movimento Novos Rumos de oposição à atual diretoria, comandada por Land Seixas.

Num dado momento a nota insinua que a categoria foi “(...) desrespeitada por um diminuto grupo oposicionista”. Queríamos dizer para o pessoal da situação que já não somos tão diminutos assim e que o tamanho da insatisfação da categoria será conhecido no dia da eleição, quando as duas chapas estiverem efetivamente em disputa.

Recorrer à Justiça não é nenhum desrespeito. Falta de respeito maior é o que o grupo comandado por Land vem fazendo para se manter no poder há tanto tempo (cerca de 18 anos !). Todos agora sabem que o tempo do “quase absoluto” já passou.

A nota acrescenta que Novos Rumos se valeu de “(...) artifícios para interromper o livre direito do voto”. Ora, no regime democrático, medidas cautelares e liminares não podem ser considerados “artifícios”. Ou o juiz julga procedente ou improcedente. Não há meio termo ou meias verdades aos olhos da Lei. A Justiça reconheceu os vícios no processo eleitoral e defendeu as garantias democráticas dessa disputa pública.

O intuito do pedido de liminar foi somente o de garantir igualdade de oportunidades para todos os filiados. A eleição está assegurada, mas em data que possibilite a participação do máximo de jornalistas e com DUAS chapas concorrentes. Se há algo de artificial nesse processo todo é apenas a vontade do grupo de situação em impor à categoria, mais uma vez, chapa única para a diretoria de nossa entidade.

A nota da diretoria mostrou mais uma das práticas escusas do presidente-vitalício: o uso indevido das prerrogativas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) para atacar opositores, com a conivência dos empresários da mídia televisiva local, especialmente da afiliada da Rede Globo (onde a nota foi gravada, produzida e veiculada). Todos sabem que os espaços para as notas oficiais do sindicato (em jornais e TVs) é uma concessão dos empresários negociada no ACT. O que a categoria (e a sociedade) esperam é que essa concessão seja explorada de forma equilibrada, tão somente para informes de interesse da categoria e não para veiculação de discursos opinativos em detrimento de grupo A ou B.

Não se vê a atual diretoria explorar essa prerrogativa para criticar as condições de trabalho dos jornalistas, nem para cobrar a instalação dos conselhos de Comunicação, ou para defender os jornalistas agredidos por causa do exercício profissional.

Vem aí mais uma Junta Governativa

Para o início de 2008 teremos uma tarefa mais premente: escolher as pessoas que comporão a Junta Governativa para gerir o sindicato até que as eleições ocorram de fato. Novos Rumos propõe desde já que a Junta seja composta de cinco membros, escolhidos em assembléia, que deverá ser realizada antes do final do mandato da atual diretoria, dia 20 de janeiro de 2008.

A figura da Junta está prevista no nosso estatuto sindical. Noutras ocasiões a entidade já esteve um período sob a direção de junta governativa, Land lembra bem disso. O fato é que o mandato desse grupo expirou e, portanto, seus diretores já não possuem mais legitimidade de conduzir oficialmente o nosso sindicato.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Justiça suspende eleições a pedido do movimento Novos Rumos

A juíza substituta da 4ª Vara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, Dra. Silse Maria da Nóbrega Torres, acaba de conceder liminar suspendo o processo eleitoral no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Paraíba, que ocorreria no próximo sábado, dia 22. “É o reconhecimento da Justiça de que o processo eleitoral está totalmente corrompido por erros e vícios no intuito de impedir que a situação enfrente uma chapa opositora, como não ocorrer há anos na Paraíba”, avalia Dalmo Oliveira, um dos autores do pedido da liminar.

A liminar foi solicitada depois que o movimento Novos Rumos, de oposição à atual diretoria, foi impedida pela comissão eleitoral de inscrever chapa para concorrer ao pleito. A comissão exigia documentos não previstos no regimento eleitoral nem no estatuto social da entidade.

“Agora a categoria deve ficar atenta pois o mandato da atual diretoria encerra esse mês e vai ser necessário que os associados elejam, em assembléia extraordinária, uma junta governativa para dirigir o sindicato até que nova eleição seja marcada, garantindo a disputa das duas chapas”, acrescenta Oliveira.

O grupo de oposição garantiu também na Justiça acesso à ata da assembléia do último dia 6 de novembro, o regimento interno das eleições definido naquela assembléia e a relação atualizada de sócios adimplentes e devedores, documentos que têm sido negados aos concorrentes até então.

Veja a seguir a íntegra da petição que deu origem à liminar expedida pela Dra. Silse da Nóbrega:


EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DA 4ª VARA DA CÍVEL DA COMARCA DE JOÃO PESSOA - PB.


DALMO OLIVEIRA DA SILVA, brasileiro, casado, jornalista, servidor público federal, ; FABIANA VELOSO DOS SANTOS, brasileira, solteira, jornalista, JOSÉ ANTONIO DE OLIVEIRA, brasileiro, divorciado, jornalista; e MABEL DIAS DOS SANTOS, brasileira, solteira, jornalista, , por seu procurador e advogado infra-assinado, constituído nos termos dos Instrumentos de Mandatos Inclusos, vêm, mui respeitosamente, fulcrados nos artigos 796 e seguintes do Código de Processo Civil à presença de V. Excelência propor a presente AÇÃO CAUTELAR INOMINADA PREPARATÓRIA COM PEDIDO DE LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS em face do SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS DO ESTADO DA PARAÍBA, pessoa jurídica de direito privado, estabelecido na Rua Índio Piragibe, 98, Centro, 1º andar, nesta Capital, representado por seu Diretor Presidente, Sr. LAND SEIXAS DE CARVALHO, pelas razões que passamos a expor:


1. PONDERAÇÕES DE FATO E DE DIREITO


Os suplicantes Sr. Dalmo Oliveira e a Sra. Fabiana Veloso são, respectivamente, Diretores de Mobilização e Direito Autoral; e de Imprensa e Cultura do Sindicato demandado, conforme cópia reprográfica da Certidão de Registro da Ata de Posse da Diretoria para o triênio 2005/2008 (DOC. 02).


Os suplicantes compõem grupo de oposição sindical ao atual Diretor Presidente, Sr. LAND SEIXAS DE CARVALHO, tendo formado a chapa denominada “Novos Rumos”, com base em edital publicado no dia 21 de outubro p.p, no Jornal da Paraíba, à página nº 16 (DOC.03).


Há de se esclarecer, Excelência, que o surgimento do movimento de oposição aconteceu a partir do momento em que os Diretores aqui autores passaram a discordar de práticas adotadas pelo Diretor Presidente e por outros membros da atual gestão, por ferirem frontalmente o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros.

(http://www.fenaj.org.br/federacao/cometica/codigo_de_etica_dos_jornalistas_brasileiros.pdf).


Sucede que os suplicantes, notadamente em 22/11/2007, almejando exercer livremente os seus direitos estatutários de participar do pleito eleitoral, votando e sendo votados, foram impedidos pela Comissão Eleitoral, presidida pelo jornalista Sr. GILSON SOUTO MAIOR, de registrar a chapa para a disputa da Diretoria Executiva do referido Sindicato, com a alegação de que “(...) havia apenas as fichas de inscrição com os respectivos nomes e cargos dos candidatos, sem, no entanto, apresentar cópias comprobatórias de pagamento das mensalidades necessárias para a inscrição da referida chapa” (DOCs. 04 e 05).


Ato contínuo foi requerido pelo candidato a presidente, ao tesoureiro, que fosse procedida naquele momento a consulta nos registros contábeis daquela instituição acerca da situação dos integrantes da referida chapa.

O Sr. MARCOS DA PAZ FIGUEIREDO, tesoureiro da entidade, que estava presente no momento da solicitação, se recusou a verificar as pendências dos pretensos concorrentes.


Ora, MM. Juiz, a função daquele deveria ser a de facilitar a inscrição dos pretensos candidatos e não dificultá-la, caso se verificasse que havia alguma pendência financeira de algum integrante da chapa, esta seria imediatamente sanada com o seu pronto pagamento, por qual motivo então este se recusou a fazê-lo?


Há que se informar que a atual gestão do Sindicato se beneficiou desta arbitrária atitude pois, sem a inserção da chapa opositora, notadamente a “Novos Rumos”, aquela disputaria sozinha o pleito, constituindo-se chapa única o que atenta aos princípios constitucionais vigentes.


Pode-se presumir que houve preterição atentatória ao direito dos candidatos, uma vez que o deferimento da chapa concorrente ocasionaria uma disputa acirrada no pleito.


Ressalte-se que sequer foi disponibilizado aos propensos candidatos cópia do Regimento Eleitoral aprovado na Assembléia do dia 06/11/2007.


Irresignada com o indeferimento pela Comissão Eleitoral, os suplicantes apresentaram no último dia 27 de novembro, com fulcro no Artigo 37º, § 3 º, do Estatuto Societário do Sindicato demandado (Doc. 06), RECURSO à Diretoria da entidade sindical e à Assembléia da Categoria (DOC . 07).


O fato é que até o momento a Diretoria sindical não se manifestou sobre o pedido do contido no referido RECURSO ESTATUTÁRIO, o que estabelece inequivocamente Periculum in Mora, tendo em vista a aproximação do pleito sucessório sindical, marcado para o próximo dia 22/12/2007 (DOC. 03).


O réu, com sua atitude, demonstra querer inviabilizar a inclusão dos demandantes no pleito eleitoral que se aproxima.


Há de se acrescentar, Excelência, que a Diretoria sindical, fundamentalmente na pessoa do seu Diretor Presidente Sr. LAND SEIXAS DE CARVALHO, vem criando inúmeras dificuldades, no campo administrativo com intuito de impedir a filiação de novos jornalistas ao referido Sindicato, tornando mais complexo ainda a formação de grupos de oposição à sua administração, bem como, sonegando informações de caráter público aos filiados, tais como atas de assembléias, regimento interno eleitoral, nominatas de sócios adimplentes e inadimplentes etc, situações estas que criadas pelo seu atual gestor ensejaram a instauração do PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO nº 279/2007 (DOC. 08), perante o Ministério Público do Trabalho, através da sua Procuradoria Regional.


  1. DA LIMINAR VINDICADA


Ante os fatos supra-narrados, os autores, com vistas a salvaguardar seus direitos de concorrer, como associados do referido Sindicato, ao pleito eleitoral convocado para data que se avizinha, solicitam a concessão da presente Cautelar, a ser liminarmente deferida, dada a proximidade do pleito eleitoral, constituindo-se o Periculum in Mora.


Quanto à fumaça do bom direito, urge dar destaque ao fato de que os suplicantes, além de Diretores integrantes da direção do referido Sindicato por força da eleição que lhes fora outorgada pela categoria profissional, encontram-se em pleno gozo de seus direitos estatutários, assim como todos os trinta e três (33) membros que compõem a chapa “Novos Rumos”, (relação anexa, Doc. 09) arbitrariamente preteridos pela referida Comissão Eleitoral.


Advirta-se, que não há no Regimento Interno que rege o processo eleitoral, muito menos no Estatuto Social (Doc. 06) do referido Sindicato, qualquer exigência de comprovação de situação de adimplência com a Tesouraria para inscrição de chapas às eleições sindicais.

As Cortes pátrias têm entendido que, presentes o Periculum in Mora; e o fumus boni júris, o magistrado tem a faculdade de conceder cautelar “inaldita altera pars”, senão vejamos:


São requisitos da medida cautelar o “periculum in mora” e o “fumus boni júris”. (TRF – 2ª Turma, AC 92.685-SP, rel. Ministro Gueiros Leite, j.9.11.84.)

Esses requisitos se provam mediante “sumaria cognitio”, ao passo que na ação de mérito a cognição é plena. (RT 603/203)1


3. DA POSTULAÇÃO

Ex positis, e de acordo com o mais que dos autos consta, serve a presente cautelar preparatória para requerer:


  1. A suspensão do pleito eleitoral do SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS DO ESTADO DA PARAÍBA, marcado para o próximo dia 22/12/2007, até que a atual Comissão Eleitoral do referido Sindicato manifeste sua posição acerca das supostas exigências ao deferimento das solicitações de inscrições dos integrantes da chapa “Novos Rumos”; nos exatos termos do documento de número 09;


  1. Que se proceda nova convocação para a realização de um novo processo eleitoral com a observância dos prazos previstos no referido estatuto, notadamente nos arts. 33 a 41 do Estatuto Social da referida classe;


  1. Que se conceda aos potenciais eleitores da classe, a partir da data de expedição da presente Cautelar um prazo razoável a fim de que os jornalistas profissionais devidamente registrados, atuando no Estado da Paraíba, gozem de oportunidades iguais e condições administrativas plenas de filiação ao referido Sindicato laboral.


d) Que seja disponibilizado aos demandantes as cópias reprográficas autênticas da Ata da Assembléia Geral Extraordinária do SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS DO ESTADO DA PARAÍBA, ocorrida no último dia 06 de novembro, assim como de cópias reprográficas autenticadas do Regimento Eleitoral aprovado referida Assembléia;


Que após a apreciação e concessão da liminar se proceda a citação do Sindicato Réu, no endereço acima indicado, para, querendo, responder ao feito;


Por fim, requer o processamento regular do feito e seu julgamento procedente, com a condenação do réu ao pagamento de honorários à base de vinte por cento (20%) sobre o valor da Causa.


Dá-se à presente causa o valor de R$ 380,00 (trezentos e oitenta reais) para efeitos meramente fiscais.

Nestes Termos,

Espera Deferimento.


João Pessoa, em 14 de dezembro de 2007.




Fernando Luis Maia Marques Machado

OAB/PI 296-B”



1 NEGRÃO, Theotõnio. Código de Processo Civil e Legislação Processual em Vigor – 30ª Ed. – São Paulo: Saraiva, 1999, pág. 749.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Bancários também discutem assédio moral

foto: Fabiana Veloso

Dalmo fez intervenção no simpósio

Temática começa a ser discutida pelos sindicatos

Por Mabel Dias

O Sindicato dos Bancários da Paraíba realizou nesta quinta-feira (13) no auditório da OAB-PB, o I Seminário Paraibano sobre Assédio Moral. O movimento Novos Rumos saiu na frente deste debate, quando no dia 10 outubro promoveu o seminário “Assédios da mídia”, que buscava debater com os/as jornalistas o tema do assédio moral em seus locais de trabalho e buscar soluções para acabar com esta prática tão nefasta. Em sua atividade, Novos Rumos contou com a colaboração da secretária da Transparência da Prefeitura de João Pessoa, Estelizabel Bezerra, que falou sobre “Relações de gênero & jornalismo”, o jornalista e professor da UFPB, Wellington Pereira, que abordou o tema de acordo com “Assédio moral: as fontes da humilhação”. E ainda o advogado Alexandre Guedes, que tratou dos aspectos jurídicos do assédio moral na palestra “Os Assédios no Prisma dos Direitos Humanos”.

Esta atividade, que aconteceu no mesmo local da dos bancários/as, não contou com a participação devida dos/as jornalistas paraibanos/as. Diferentemente dos/as bancários/as, que ocuparam significativamente as cadeiras do auditório advogado João Santa Cruz na tarde desta quinta, fazendo indagações, questionamentos e dando seus depoimentos acerca dos casos de assédio moral que acometeram colegas seus/suas e a eles/elas próprios, os/as jornalistas passaram distantes e encontram-se ausentes desta discussão. Os/as bancários/as se mostraram organizados/as, politicamente engajados/as e unidos/as pelas causas da categoria. O sindicato está de parabéns por trazer à tona este tema, um tema tão importante para os/as trabalhadores/as e que deve estar na pauta cotidiana.

Nenhuma categoria trabalhista está isenta de ser afetada pelo assédio moral. E com os/as jornalistas não é diferente. O movimento Novos Rumos testemunhou alguns depoimentos de jornalistas que foram assediados/as pelos seus chefes e ficou preocupado diante da falta de campanhas e de ações eficazes do Sindicato dos Jornalistas Paraibanos diante deste assunto, pouco falado e discutido pela sociedade em geral, mas deveras importante.

É lamentável constatar a falta de interesse dos/as jornalistas paraibanos em se debater esta questão e de constatar que a atual diretoria do Sindicato dos Jornalistas da Paraíba não se movimenta em relação ao assunto, e mas, os/as jornalistas paraibanos/as demonstrasse inerte e sem nenhuma mobilização na reivindicação de seus direitos e de questões relacionadas a categoria.

Preocupa-nos saber que fazemos parte de uma categoria que se diz formadora de opinião, mas que muitas vezes não demonstra ter opinião própria e que espera sempre por um líder para que tome as decisões pelos/as demais, quando todos/as nós somos responsáveis pelas mudanças que tanto falamos e que queremos. Porém, perguntamos, será que os/as jornalistas paraibanos/as querem mudanças?

O movimento Novos Rumos está nas ruas, questionando, mexendo com os/as jornalistas, inquietando as cabeças pensantes da cidade para transformar esta realidade que pela qual passa o Sindicato dos Jornalistas da Paraíba. Estamos com a campanha nas ruas, “Assédio, ninguém merece” de combate ao assédio moral. Foram confeccionadas camisas em algodão colorido, naturalmente, com tecnologia da Embrapa, como meio de colocar o dedo nesta ferida e mobilizar a categoria em torno do tema. A camiseta está sendo comercializada por R$ 18,00 e o dinheiro arrecadado comporá um fundo de campanha para a disputa eleitoral já deflagrada no sindicato da categoria. Nossa chapa foi indeferida pela comissão eleitoral, entretanto, continuamos na luta, e convocamos aos/às jornalistas que querem ver mudanças e ação real por parte do sindicato dos jornalistas a se juntar a nós nesta batalha.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

...e assim se passaram 30 anos!

Decom comemora três décadas de
Jornalismo na UFPB com palestras




foto:
Dalmo Oliveira
















Zé Carlos, Jô Vital, Derval, Alessandra e Suetoni




Excelente iniciativa do DecomTur em promover um evento acadêmico dentro das comemorações dos 30 anos de fundação do curso de Jornalismo da UFPB. Achei pouco para a simbologia da data, mas ao menos não passou em branco. Nesta quarta-feira, dia 5, uma boa platéia de acadêmicos pode ouvir um pouco das experiências laborais de quatro profissionais consagrados da mídia local: Alessandra Torres (TV Correio), Suetoni Souto Maior (JPB), Jô Vital (TV Cabo Branco) e José Carlos dos Anjos Wallach (Jornal Correio).


Torres formou em 94, foi da turma pioneira da TV Tambaú, quando ainda era afiliada da Rede Manchete. Ela reconhece que o mercado da PB tem limitações de vagas e salariais. A blondy do Jornal da Correio (2ª edição) participou recentemente de reunião na matriz em São Paulo. Os chefes paulistas queriam saber qual a “mágica” que fez disparar o índice de preferência nos horários dos programas jornalísticos da emissora do Dr. Roberto Cavalcanti.

Ela acha que as críticas vêm à medida que aumenta o sucesso, mas defende que o jornalismo tem que se manter ético. Alessandra fala numa “cadeia de progresso” proporcionando a qualidade dos novos jornalistas. Ela se considera da “geração TV” que assolou o Decom por muito tempo e reconhece os talentos isolados de jornalistas que não passaram pelos bancos da Escola de Jornalismo no Castelo Branco. Compara os jornalistas sem diploma aos rábulas do Direito. A apresentadora diz ainda que é impossível fazer telejornalismo sem equipe.

Jô Vital formou-se no Decom em 92. Ela é Editora de Rede da afiliada da Globo há mais de 10 anos. Lembra que brigou como membro do Centro Acadêmico pela ocupação das redações pelos egressos do curso. Ela acha que a Academia forma “profissionais mais completos”, com cultura vasta e rica e visão ampliada da realidade. “No Jornal Nacional você precisa contar uma história em um minuto e dez, no máximo”, avisa a editora. Vital acha que as deficiências dos jornalistas que saem do Decom são problemas anteriores ao ingresso na universidade. “Má formação no ensino fundamental”, aponta a jornalista.
Ela acha que na atualidade o maior problema é que os repórteres têm medo de perguntar. “Estão despreparados para perguntar o essencial na matéria”, diagnostica. Jô lembra que os jornalistas de TV têm o “ego” maior que os demais jornalistas. “Eles têm certeza que são Deus!”, brinca a editora. O fato é que os novos repórteres não aprenderam a contar histórias para a TV. “Eles são escravos dos editores, não brigam para contar suas próprias histórias”, avalia. Ela comparou o trabalho dos jornalistas ao carregador de pedras, citando a lenda de Sísifo.

Já Suetoni Souto Maior (chefe de reportagem do JPB), formou no Decom em 98. Ele alertou para o problema do estágio, principalmente nos portais de notícias. O jornalista defendeu a inserção de disciplinas para o reforço das matemáticas e afins na grade curricular da formação em Jornalismo, assim como noções de Direito e outras especialidades, no sentido de melhorar o desempenho dos novos jornalistas na cobertura de notícias que exigem cálculos, estatística etc.

O último facilitador convidado a falar foi Zé Carlos dos Anjos (secretário de redação do Jornal Correio). Ele formou em 91, mas já atuava na imprensa paraibana por influência do pai, Fernando Wallach, com quem trabalhei em O Norte até 94. Dos Anjos defende a idéia de que o curso precisa possibilitar aos alunos “momentos de prática de redação”. Ele lembrou de quando fizemos a disciplina de “Jornal Laboratório” e o “Nariz de Cera” (ou era “Questão de Ordem”?), ficou enganchado na Gráfica Universitária e “nunca saiu”, lamenta o jornalista. Ele acha que os “focas” têm dificuldade de “dar ritmo” à produção diária. Acusa uma certa falta de intimidade com a regra do lead.

Para Zé Carlos, no passado havia um certo romantismo na prática jornalística, que foi se perdendo ao longo do tempo. Ele falou do preconceito dos jornalistas do “batente” em relação aos focas do Decom. Para Wallach, jornalista é uma denominação genérica. “O repórter é que é a pérola do jornalismo”, filosofa. O atrelamento (dependência) dos repórteres à pauta também foi criticado por Zé Carlos.

A questão da "cultura da violência" como pauta constante na mídia local foi abordada por alguns estudantes De um modo geral, os convidados se saíram bem. O consenso é que o jornalismo que se quer deve ser cultivado nas faculdades. Além disso a audiência fez intervenções interessantes, como a crítica ao curso “caça-níqueis” de curtíssima duração oferecido pelo Cefet, em pareceria com o Sindicato dos Radialistas. Os alunos também quiseram saber qual o melhor caminho para se dar bem no mercado e aquilo que não pode faltar no jornalista moderno. Houve também questionamentos sobre a reforma universitária que pretende ampliar o número de alunos em salas de aula nas universidades. O professor Derval Gólzio, mediador da mesa, defendeu a reforma, considerando que nas principais escolas de países centrais o número de estudantes pode chegar até 60 por sala.


Minha intervenção abordou a questão de se entender o jornalismo como principal ferramenta de promoção da cidadania e é nisso que os cursos superiores devem investir principalmente, em formar jornalistas, antes de tudo, cidadãos. Avaliei ainda o distanciamento do Sindicato dos Jornalistas com Decom e a falta de oportunidades de reciclagem e retorno dos veteranos àquela escola. Informamos a proximidade das eleições pro Sindicato dos Jornalistas e da campanha que Novos Rumos deflagrou em relação ao problema do assédio moral nas redações.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Lançada campanha anti-assédio

Lançada campanha anti-assédio





















Novos Rumos confeccionou camisetas para sensibilizar jornalistas

O movimento Novos Rumos deflagrou junto aos jornalistas paraibanos uma campanha de combate ao assédio moral. Foram confeccionadas camisetas em algodão colorido naturalmente, com tecnologia da Embrapa, como forma de sensibilização para o problema.

“A idéia é que o jornalista use a camiseta no exercício da profissão, já que é um profissional formador de opinião e interage diariamente com vários segmentos sociais”, diz Mabel Dias, componente do movimento. A camiseta está sendo comercializada por R$ 18,00 e o dinheiro arrecadado comporá um fundo de campanha para a disputa eleitoral já deflagrada no sindicato da categoria.

O assédio moral ocorre com humilhações no cotidiano das relações de trabalho, mexendo com a subjetividade do assediado, minando sua auto-confiança. Essa prática está concentrada nos locais de produção e de organização do trabalho, atuando nos espaços de poder, nos eixos de dominação.

Uma frase típica dessa situação é aquela que diz 'você sabe com quem está falando?’. A prática do assédio faz da humilhação uma "violência cognitiva". O assédio impõem, assim, às suas vítimas um sofrimento social insuportável, parecido com o que sentiram os sobreviventes dos campos de concentração.

Um cuidado importante na detecção dos sintomas de quem sofre assédio é não confundi-lo com irritabilidade, estresse, ou ainda pouca inteligência emocional. Em muitos casos o assediado é usado como “boi de piranha”, apontado como exemplo para os demais colegas do local de trabalho. O trabalhador passa a ser visto como um paradigma a não ser seguido pelos outros.

Os interessados em adquirir a camiseta podem entrar em contato pelo email novosrumos.jornalistas@gmail.com ou pelo celular 8898.3155.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Comissão eleitoral ignora Código de Ética dos jornalistas




CE não aceita impugnação da chapa
Linha Independente

Comissão escolhida por Land ignora Código de Ética

A comissão eleitoral do Sindicato dos Jornalistas da Paraíba, presidida por Gilson Souto Maior, indeferiu mais um pedido do movimento Novos Rumos. Desta feita a CE simplesmente ignorou o Código de Ética da categoria, ao justificar que “(...) nada foi encontrado no Regimento Eleitoral, Estatuto e Código de Ética, que justifique a IMPUGNAÇÃO de inscrição da chapa ‘Linha Independente’”.

O mal da ignorância não assola apenas a CE: poucos sabem que o Código de Ética foi recentemente revisado, num congresso extra da Fenaj em Vitória (ES). Menos ainda sabem que o atual presidente e outros diretores participaram do referido evento. O que a categoria não ficou sabendo mesmo foi do conteúdo do congresso. Os delegados paraibanos ainda não socializaram com a categoria as discussões e deliberações do congresso capixaba. Para os que quiserem se atualizar como o novo código, o endereço para baixá-lo é: http://www.fenaj.org.br/federacao/cometica/codigo_de_etica_dos_jornalistas_brasileiros.pdf

Ou a CE desconhece o novo código ou essa é apenas mais uma das inúmeras barreiras impostas pela situação para dificultar as chances do movimento Novos Rumos de concorrer ao pleito de dezembro. O importante agora é garantir a disputa eleitoral. Qual o receio de uma eleição com a oposição? Porque a atual diretoria não se submete ao crivo da democracia e deixa a categoria escolher nas urnas (eletrônicas!) o futuro do sindicato?? Há algum problema contábil/financeiro na entidade, que a categoria não possa saber???. Porque tanto mistério com a lista de sócios adimplentes???? Nossa exigência é simples: transparência!



Assembléia vai decidir legalidade de Novos Rumos

Novos Rumos já entrou com recurso solicitando a urgente convocação de nova assembléia, de caráter extraordinário, para que a categoria reunida dê a palavra final sobre a elegibilidade da nossa chapa. Queremos apenas o direito de, como filiados, ter igualdade de oportunidades com qualquer outro grupo político que dispute a direção sindical.

Vejamos o que diz o Parágrafo Terceiro do Art. 37º do estatuto da nossa entidade:

“Da decisão da Comissão Eleitoral caberá recurso, em última instância, para Assembléia Geral Extraordinária a ser convocada pela Diretoria”.

Esse pode ser também o momento especial para que nós da chapa Novos Rumos exibamos nossas principais propostas para as mudanças que queremos implementar na entidade representativa dos jornalistas paraibanos. O espaço das assembléias é o mais democrático porque é onde as lideranças dialogam diretamente com o que no sindicalismo se chama de base.

Entre a base e o topo da pirâmide sindical queremos estreitar as diferenças, falar uma mesma linguagem, coletivizar as decisões. Sem a participação de todos o sindicato fica frágil, submetido à uma meia dúzia de “iluminados” altruístas. Vamos devolver a entidade aos seus legítimos donos: os trabalhadores do jornalismo paraibano.

domingo, 11 de novembro de 2007

Inadimplentes poderão votar nas eleições de dezembro


foto: Dalmo Oliveira






















Sem identificação, sede do sindicato fica na Av. Índio Piragibe




Assembléia aprova anistia parcial


A categoria obteve uma vitória importante na assembléia do último dia 6/11, quando foram definidas as regras do processo eleitoral para substituição da atual diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Paraíba: os sócios devedores que se dispuserem a pagar até três mensalidades poderão participar do pleito, com direito a voto ou disputando cargos eletivos. O prazo para a regularização junto à tesouraria é 22 de novembro.
A anistia parcial ficou definida da seguinte forma: os que devem até um ano de contribuição podem quitar a dívida pagando apenas uma mensalidade; quem deve até dois anos deverá pagar duas mensalidades, e os que devem acima de três anos poderão participar pagando três mensalidades à tesouraria da entidade. Tendo como base o valor de R$ 18,00 da mensalidade, o desembolso para os que devem mais de três anos será de R$ 54,00.
O movimento Novos Rumos propôs, na assembléia que definiu o regimento eleitoral, que todos os filiados ao sindicato pudessem votar, independentemente da situação com a tesouraria da entidade, sem a extinção da dívida total. A idéia era oferecer à categoria condições igualitárias de participação democrática na eleição que vai definir o futuro da entidade. A proposta foi derrotada pela maioria dos presentes conduzida pelos atuais diretores do sindicato.
Agora conclamamos os jornalistas filiados que estão em dívida com o sindicato a procurarem imediatamente a sede da entidade, em João Pessoa, ou a delegacia sindical em Campina Grande, a fim de regularizarem suas situações junto á tesouraria, para que possam efetivamente participar da eleição em 22 de dezembro.
Novos Rumos assume de público o compromisso de rediscutir com o conjunto da categoria a problemática da inadimplência, no caso de obter êxito na disputa eleitoral que se avizinha. Nossa intenção é garantir mecanismos transparentes e democráticos de resgate à vida sindical de todas e todos que se encontram em situação de inadimplência.
Noutra perspectiva, estabeleceremos dispositivos eficazes e eficientes de arrecadação e cobrança das mensalidades sindicais, no sentido de suplantar definitivamente qualquer dificuldade na vida dos filiados para a quitação de suas obrigações sindicais, como ocorre hoje.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Eleição na PB terá fiscalização da Fenaj


dalmo, schettino e torves











O diretor de Mobilização, Negociação Salarial e Direito Autoral, da Federação Nacional dos Jornalistas, José Carlos Torves, garantiu ontem, na sede da entidade, em Brasília, que a federação designará um representante para ir à Paraíba acompanhar in loco o processo eleitoral do sindicato dos jornalistas do Estado.
A promessa foi feita diretamente ao sindicalista Dalmo Oliveira, diretor do sindicato paraibano, que lidera o movimento de oposição ao atual presidente Land Seixas. Oliveira solicitou audiência com a diretoria da Fenaj aproveitando sua permanência na capital federal onde participa de treinamento. Ele foi acompanhado do presidente do sindicato dos Jornalistas do DF, Romário Schettino.
Dalmo expôs toda a problemática da sucessão no Estado e entregou cópias de documentos relacionados às providências judiciais que o movimento Novos Rumos iniciou. “ Precisávamos que a Fenaj tomasse conhecimento da nossa versão dos fatos, uma vez que só tinha conhecimento daquilo divulgado pelo presidente, que inclusive faz parte da atual diretoria da Fenaj”, diz Dalmo. Carlos Torves disse que a diretoria já tinha conhecimento de alguns dos problemas relatados, mas não imaginava que fossem tão graves. “Vamos tomar as providências possíveis o mais rápido”, garantiu Torves.

Observadores externos

Além da promessa de um observador da Fenaj, o movimento Novos Rumos encaminhou ofício solicitando observadores externos à Procuradoria Regional do Trabalho, que investiga irregularidades no sindicato, e à CUT-PB, para a assembléia do próximo dia 6. “Os observadores externos podem garantir uma assembléia sem ocorrências irregulares e inibir possíveis acirramentos de ânimos, a exemplo do que ocorreu durante a eleição da Fenaj em julho”, comenta o jornalista.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Publicado edital das eleições no sindicato dos jornalistas


edital publicado nos jornais












Pleito deve ocorrer às vésperas do Natal

O Jornal da Paraíba publicou no último domingo, 21, o edital de convocação das eleições para a substituição da atual diretoria do Sindicato dos Jornalistas. O pleito está agendado para ocorrer no dia 22 de dezembro, um sábado anterior ao feriado de Natal. No mesmo edital, o atual presidente, Land Seixas, convoca os associados para uma assembléia extraordinária para o próximo dia 6 de novembro, (uma terça-feira) a partir das 19h30, no Sesc Lagoa, com o objetivo de escolher a comissão eleitoral, além de discutir e aprovar o regimento eleitoral.
Pelo edital, a inscrição de chapas está aberta até o dia 22 de novembro (uma quinta-feira). O texto diz ainda que a secretaria do sindicato permanecerá aberta, a partir de hoje e até o dia 22/11, no horário das 8h às 12h e das 14h às 17h, de segunda a sexta-feira, visando atender os associados interessados na disputa sindical.
O movimento Novos Rumos está ultimando o processo de composição de chapa de oposição para a disputa da diretoria da entidade em dezembro, apesar das dificuldades encontradas para a filiação de novos companheiros e o alto grau de inadimplência dos jornalistas já filiados. Vamos fiscalizar de perto cada passo da atual diretoria daqui até o dia da eleição.
Conclamamos todas e todos interessados na mudança da direção sindical, a participar da assembléia do dia 6 de novembro. Nessa data queremos discutir critérios éticos e transparentes para o regimento eleitoral, para evitar as manipulações registradas em julho durante o processo eleitoral da Fenaj na Paraíba. Vamos propor o nome de companheiros idôneos para a comissão eleitoral, pessoas que estejam isentas da influência do atual presidente da entidade.
O regimento e os membros eleitos da comissão serão os principais instrumentos de garantia de uma eleição limpa, transparente e democrática, uma vez que, depois de tantos anos, teremos mais de uma chapa disputando a direção do nosso sindicato.
Novos Rumos aproveita a oportunidade para reafirmar seu compromisso com todos aqueles que anseiam por mudanças na gestão de nossa entidade, no sentido de promover uma disputa política (e ideológica), longe de questões pessoais e individualizadas. Faremos uma campanha com base no respeito à democracia, na igualdade de direitos e de oportunidades, na liberdade de expressão e de opinião e na firme defesa dos interesses gerais da maioria dos jornalistas profissionais (filiados ou não) a esse sindicato.
Com a possibilidade de termos o sindicato aberto e funcionando em tempo integral durante esses últimos dias de outubro e boa parte de novembro, queremos convocar todos aqueles que queiram ainda se filiar à entidade a providenciarem os documentos necessários para o ingresso no sindicato, como reza o estatuto social da entidade. Os que carecerem de qualquer orientação, podem nos procurar através do email novosrumos.jornalistas@gmail.com ou pelo fones 9154.1535/8898.3155/3225.4854.

Juntos mudaremos o rumo de nossa história!

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

POLO DE PESQUISA COMUNICACIONAL SE CONSOLIDA EM CAMPINA GRANDE


POLO DE PESQUISA COMUNICACIONAL SE CONSOLIDA EM CAMPINA GRANDE
por Dalmo Oliveira



Na semana passada, um importante evento na área da comunicação agitou a cidade de Campina Grande. O seminário História da Mídia Regional colocou em pauta temas relevantes sobre o desenvolvimento da imprensa na região nas últimas décadas. O evento mostrou claramente que se consolidou na cidade um grupo interessado em promover a pesquisa com foco dirigido para a regionalização da produção e do pensamento comunicacional paraibanos.

O grupo tem a liderança do professor Luiz Custódio da Silva, hoje a mais antiga referência no ensino e na pesquisa em Comunicação do estado. Foi ele que, em pleno período junino deste ano, também capitaneou a realização de um seminário sobre Folkcomunicação, trazendo para a rainha da Borborema jovens pesquisadores de todo Brasil para discutir questões relativas a essa teoria, tencionando-a com a midiatização dos festejos juninos na região.

Para o seminário da semana passada destacou-se a presença da professora Ana Maria Fadul (ex-USP), atualmente lecionando na Universidade Metodista de São Paulo (Umesp de São Bernardo dos Campos). No painel que discutia o panorama das teorias da comunicação para a questão da produção regional, Fadul teceu uma crítica contundente aos pesquisadores que, por exemplo, ainda insistem em utilizar as conceituações de "indústria cultural", propostas pela famosa Escola de Frankfurt. Ela alerta que essas referências são usadas sem os cuidados indispensáveis de contextualização.

Fadul reclama ainda de um certo negativismo dos frankfurtianos. Umberto Eco já os batizara de "apocalípticos" em oposição ao pensamento dos "integrados" . O fato é que, para a pesquisadora paulista, o conceito de indústria cultural e, consequentemente, de "comunicação de massa", já não resolve os paradigmas surgidos recentemente, inclusive dentro da pesquisa em comunicação regional.

Os processos de globalização da comunicação, a mundialização da economia, o surgimento das novas ferramentas de informação e de comunicação forçam os pesquisadores da área a buscar novas abordagens teóricas que possam dar conta às questões para além mercado. A crítica marxista ao capitalismo e o niilismo da organização social tornaram-se apenas etapas iniciais (e superadas) de uma avaliação muito mais complexa dos fenômenos comunicacionais surgidos recentemente.

Para Ana Maria as percepções sobre o fenômeno do "glocal" têm muito mais pertinência metodológica que as linhas de pesquisa anteriores e "datadas", na terminologia da pesquisadora. Demonizar o mercado e o modelo capitalista, para ela, não surte mais os impactos que causavam tremores há algumas décadas. É preciso entender, fundamentalmente , as imbricações entre a cultura local e a produção mundial de bens culturais. Local e global se fundem e se confundem alimentados pela comunicação midiática, pelas redes cibernéticas, pelos vínculos online etc.

Por outro lado, a influência das culturas locais no mercado mundial de informação e na cultura global é inegável. Assim como estão cada vez mais escassos os refúgios locais para as manifestações culturais, em decorrência da centralidade da comunicação na vida planetária. É o que Stuart Hall (2003) vai definir como “multiculturalismo comercial”, quando preconiza que “(...) a diversidade dos indivíduos de distintas comunidades for publicamente reconhecida, então os problemas de diferenças cultural serão resolvidos (e dissolvidos) no consumo privado, sem qualquer necessidade de redistribuição do poder e dos recursos”.

Os estudos sobre a mídia regional ou sobre os processos de regionalização da mídia e da cultura tendem a se transformar na principal linha de investigação do programa de pós-graduação em comunicação da UEPB, sob a batuta do Dr. Custódio. Com pólos acadêmicos na UEPB, UFCG e noutros centros de pesquisa de Campina Grande, em curto período ele poderá montar o corpo de professores-investigadores para iniciar as pesquisas num já anunciado curso de mestrado.

Demanda há suficientemente para se justificar a implantação da pós-graduação nessa área do conhecimento na segunda cidade mais importante da Paraíba. O que talvez ainda falte à Campina (e à Paraíba), de modo geral, é a sensibilidade de produtores culturais, profissionais de mídia e outros agentes comunicacionais, para o investimento em ações e reflexões sobre o fazer cultural/comunicacional regional. Um exemplo desse desinteresse pode ser notado durante a realização do próprio seminário da semana passada. Com o apoio institucional dos Diários Associados, o evento foi literalmente boicotado pelas demais empresas de comunicação que atuam na cidade (com exceção da TV Itararé/TV Cultura). Mesmo na mesa-redonda que discutiu o surgimento da Rede Globo na região, não se viu representantes dela no evento, tampouco cobertura jornalística da afiliada TV Paraíba.

É com esse tipo de dificuldade que Luiz Custódio e seus colaboradores poderão se deparar nos passos vindouros para a consolidação de um núcleo permanente de pesquisa comunicacional regional. Nada porém que arrefeça o espírito empreendedor desse intelectual que tanto já contribuiu para o desenvolvimento acadêmico da comunicação em terras tabajaras.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Feministas fazem protesto pela descriminalização do aborto na Paraíba



















por Mabel Dias

Em memória das mulheres que morreram em conseqüência de abortos inseguros, grupos feministas da Paraíba estarão realizando uma vigília na tarde de hoje (27), a partir das 16h, no Parque Sólon de Lucena. O ato faz parte do calendário do dia “28 de setembro – Dia pela descriminalização do aborto na América Latina e Caribe”, data histórica do movimento em que são promovidas diversas manifestações pelo Brasil.
Durante a vigília serão colocadas no local cruzes e sapatos, para lembrar cada uma das vitimas de abortos realizados sem assistência médica. Feministas paraibanas darão depoimentos, informando da importância de tal protesto e da situação da Paraíba em relação aos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres.
Esta campanha no Brasil é uma promoção da Jornadas pelo Direito ao Aborto e tem como lema “Direito ao aborto: educação sexual para escolher; contracepção para prevenir e aborto legal para não morrer”. Seus objetivos são: promover o debate sobre o direito ao aborto; incidir política e socialmente para a mudança da lei que criminaliza o aborto e impedir retrocessos nas conquistas dos direitos sexuais e reprodutivos.
O aborto ainda é considerado crime no Brasil. Ele só é permitido quando a mãe corre risco de morte ou se a mulher é vitima de estupro, e ainda, em casos de anomalias fetais incompatíveis com a vida. O Ministério da Saúde aponta o aborto inseguro como um problema de saúde pública, que mata mulheres e precisa ser enfrentado pela sociedade e pelo Congresso Nacional.
As feministas brasileiras afirmam que as mulheres não podem ser presas nem morrer em conseqüência de abortos inseguros. “É uma questão de justiça social!”

domingo, 23 de setembro de 2007

Quem tem medo de assembléia?...




















As duas notas
Quem tem medo de assembléia?...


Em menos de 15 dias o sindicato dos jornalistas fez publicar duas notas oficiais nos principais jornais paraibanos. É uma situação atípica para um sindicato que quase não "dialoga" com os filiados, tampouco com a sociedade. A entidade veio à tona para nos dois momentos justificar-se. Na primeira, em conjunto com a API, tentar explicar o surgimento de carteiras "falsas" em nome de Sílvio Romero Pedroza Alvarenga, que diz ter "adquirido" os documentos em fonte não revelada, claro!
Por si só esse episódio já seria dantesco, se não tivesse um desfecho ainda mais desastroso. Na nota oficial, o velho discurso politicamente incorreto num trecho que diz: "(...) impedir que fato dessa natureza não venha denegrir a imagem das entidades acima mencionadas (...)" .
Alvarenga diz possuir o registro profissional 1236. Vamos checar na DRT. O documento de identidade profissional do sr. Sílvio, expedido pela Fenaj, através do sindicato, tem validade até 22 de agosto de 2010.
Nesse caso, o procedimento deve ser abertura de investigação junto à PF, já que a carteira da Fenaj é um documento de reconhecimento nacional. Sem querer por qualquer cor em quem quer que seja, Novos Rumos espera apenas que a verdade prevaleça. Basta uma boa entrevista com o portador do documento para descobrir a origem da suposta fraude.

Esfarrapada

Na quinta-feira, dia 20, mais uma nota oficial assinada pelo presidente-coronel. Desta vez para anunciar solenemente que não aceita o pedido de abaixo-assinado que entregamos à diretoria no dia 13. Mais justificativas: 1) que dos 108 assinantes, só 24 (nas contas dele) estão O.K com a tesouraria; 2) que algumas assinaturas e nomes estavam ilegíveis; 3) que alguns assinantes sequer possuem registro profissional.
Como Jack, vamos por partes: 1) sem uma listagem dos adimplentes e devedores seria impossível checar se o jornalista que assinou o documento estava O.K ou não com suas obrigações contributivas; 2) a depender da caligrafia, o reconhecimento da assinatura, em alguns poucos casos ficou comprometida realmente; 3) tivemos o cuidado de pedir aos companheiros e companheiras que não fossem filiados para não assinar, mas pode ter havido uma meia dúzia nessa situação, tamanha é a vontade por mudanças da categoria. Se faz indispensável que o presidente impugnante divulgue um relatório minucioso explicando porque está impugnando o pedido de assembléia.
O presidente-coronel é um craque na burocracia sindical. Esse negócio de colher assinaturas é uma especialidade dele mesmo. Principalmente quando a reunião não dá quorum...! O que é de se estranhar é o aspecto político da negação de um líder sindical que se recusa a promover a reunião da categoria para discutir um problema tão sério como o da inadimplência.
Surpresa seria que ele aceitasse o desafio e fosse para assembléia prestar contas do movimento financeiro da entidade nos últimos meses, principalmente no período anterior e posterior à eleição da Fenaj. Espantar-nos-ía se fosse viabilizada a discussão democrática e racional sobre a questão dos devedores e as alternativas para sanar essa situação que só beneficia o grupo-da-gestão-quase-eterna!

"A assembléia é soberana!". É desse conceito que têm medo. É o embate das idéias com uma boa audiência que os afugenta. Porque temos realmente boas notícias para a maioria dos filiados. Temos denúncias a fazer em público. Queremos questionar fatos e comportamentos. E não adianta fugir, se esconder, fechar as portas porque as eleições virão sempre!

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Todos e todas à assembléia da anistia!














Mais de 100 jornalistas endossaram abaixo-assinado

Isso mesmo que você leu: Novos Rumos entregou em mãos o documento com assinatura de 108 jornalistas filiados ao sindicato. Na prática, estamos experimentando um pouco da democracia que a entidade ainda mantém. O atual presidente recebeu a comitiva por volta das 1oh na sede. O presidente da API, João Pinto e o diretor Jackson Bandeira são testemunhas e presenciaram o protocolo do documento. Na comitiva estava Fabiana, Antonia, Janaina, Marcela e Stanley. O cinegrafista e fotógrafo Sandoval Fagundes os acompanhou para registrar a entrega do documento.

assembléia

Agora conclamamos todos os interessados que assinaram ou não o documento, a comparecerem à assembléia a ser convocada em breve pelo SJPEPB, prevista para 22 de setembro, sem local e data ainda definidos. Além da pauta central sobre anistia, certamente essa será uma assembléia histórica. Primeiro pelo modo como foi convocada: pela vontade das pessoas. Depois porque é o palco ideal para o confronto público da visão sindical que cada grupo tem. Nós do Novos Rumos e a turma do coronel-presidente. E são idéias o que queremos discutir. Não é fofoca, nem intriga, só idéias!
O processo de coleta dessas assinaturas também funcionou para nós como um excelente exercício de diálogo com os companheiros nas redações, nas assessorias, nas ONGs. Reencontrando alguns e conhecendo gente nova e boa. Pessoas interessadas nas mudanças da coisas. Jornalistas descontentes com usa própria situação de trabalho. Alguns meio envergonhados com o que fazem diariamente. Outros ávidos pela notícia. Agora temos uma boa radiografia desse mercado, em João Pessoa e em Campina. Falta Patos, Cajazeiras, Souza e Guarabira.
Juntos podemos mudar o rumo das coisas. Podemos inovar, quebrar paradigmas e dogmas. O sindicato está além de A ou B, somos apenas os atores do momento. Atores sociais inseridos nos processos de disputa e de afirmação. O que estamos querendo garantir é apenas uma alternativa, uma opção ao que está posto. Nossa mobilização começa agora. Chamando os colegas para a assembléia. Deixe espaço na agenda: vai ser imperdível!

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Eleição da Fenaj mostrou desinteresse de jornalistas pelo sindicalismo na PB



por Dalmo Oliveira


A última eleição da Fenaj na Paraíba deixou várias lições, porém a mais preocupante diz respeito à representatividade do nosso sindicato. Dos 979 sócios, filiados à entidade, foi constituído um “colégio eleitoral” de apenas 204 jornalistas aptos ao voto. Destes, só 159 pessoas compareceram às urnas. Em Campina Grande foram só 35 votantes! O que dizem esses números (oficiais da apuração da própria Fenaj)? Eles revelam que pouco mais de 20% dos jornalistas filiados ao sindicato capitaneado por Land Seixas, Edson Veber e Lúcia Figueiredo (eleitos pela chapa 1 na Fenaj) mantém atualizada sua situação com a tesouraria da entidade (aos cuidados de Marcos da Paz). Ou seja, mais de 80% dos jornalistas profissionais paraibanos, filiados ao sindicato, não demonstram qualquer interesse em quem vai estar ou deixar de estar na direção da principal entidade nacional representativa dessa categoria.
As causas da inaptidão para a votação e do desinteresse pela vida sindical tem origens diversas. A maioria dos filiados não consegue participar das eleições sindicais simplesmente porque jamais conseguiram quitar o débito de mensalidades, que hoje é de R$ 18,00 por mês. Não que sejamos uma categoria de velhacos inadimplentes. O fato é que nos últimos dez anos o sindicato não conseguiu desenvolver um modelo de cobrança e arrecadação eficiente. Essa é a causa administrativa. O desinteresse se dá porque a maioria não confia mais na direção do sindicato. Essa é a causa política e mais grave!
Para quem trabalha com carteira assinada nas grandes empresas (Tvs, rádios, O Norte, Correio, Sistema Paraíba) ou em alguns órgãos do serviço público estadual ou municipal e que autorizou o desconto sindical em folha, não existe muita dificuldade para manter-se adimplente com a entidade. Mas para todos os demais filiados que estejam fora do mercado tradicional de jornalismo, pagar as mensalidades tornou-se uma verdadeira missão impossível.
A primeira dificuldade é encontrar a sede do sindicato aberta. O segundo desafio é marcar horário com o presidente Land Seixas ou com o tesoureiro. A situação é tão esdrúxula que até os componentes da atual diretoria estão devendo ao sindicato. Dá pra imaginar um quadro desses... Eu mesmo só consegui quitar minha situação no dia da eleição, preenchendo o cheque n° 900245 da Caixa Econômica, no valor de R$ 150,00, referente a cerca de dez meses de inadimplência. Outros diretores sequer votaram porque continuam devendo.
Manter parte dos filiados inadimplente não é apenas desleixo e inaptidão administrativa da direção do sindicato. É, mais que isso, uma manobra estratégica para manter possíveis adversários sem condições de participar da vida sindical.
É com esse tipo de mentalidade e com esse modelo de sindicalismo que estamos lidando. Um modelo que prefere arruinar as finanças da entidade para garantir uma hegemonia maquiada e anti-democrática. Na maioria das vezes (nas eleições) a situação de inadimplência se transforma em arma de cooptação dos jornalistas “desgarrados”. Funciona mais ou menos assim: “Liquidamos teus débitos e você vota na gente...”. Se o conselho fiscal da entidade fizesse uma auditoria independente poderia achar um certo descompasso entre a receita de entrada de caixa e a lista de sócios inadimplentes no balancete de julho.
Assim, para a atual diretoria é cômodo que mais de 80% dos filiados estejam em débito com o “nosso” sindicato. É cômodo também para aqueles que passam o ano inteiro sem contribuir e nas vésperas da eleição recebem o “perdão” da dívida contributiva ou facilidades para quitar os débitos.
Em toda essa trama, há um fato que não se comenta muito e o que mais me deixa preocupado: é que o número de jornalistas paraibanos não filiados ao sindicato pode ser até duas vezes maior que o de colegas sindicalizados. Ou alguém lembra quando foi a última grande campanha de filiação desencadeada por nossos gloriosos sindicalistas?
Digo campanha mesmo, com cartazes, e-mails etc. Pois essa mensagem vai servir para isso. Uma campanha de filiação em massa dos jornalistas que atuam na Paraíba. Se você possui registro profissional, procure o sindicato e se filie. Ligue
para o presidente-coronel. O celular dele é o 9979.20 46. E diga: “Quero me filiar para votar contra você na próxima eleição!”.
Para os que estão devendo ao sindicato e não sabem como pagar, uma dica: deposite R$ 18,00 por mês na CAIXA ECONÔMICA, conta 63909, agência 0036. Depois é só mandar um fax do comprovante para o Fone/Fax: (83) 3222- 5632, ou uma xerox para: Rua Índio Pirajibe, 98 - 1º andar – Centro - CEP:58011- 200 - João Pessoa/PB. Se o fax tiver quebrado ou sem papel você ainda pode escanear o comprovante e mandar para o email
.

PODER DAS REDAÇÕES - Manifesto aos jornalistas profissionais paraibanos


Há muito tempo a sociedade foi convencida de que aqueles que fazem a imprensa representam o chamado “Quarto poder”. De fato, é crescente a influência do jornalismo no modelo atual de sociedade. Mas o poder da imprensa não deve ser confundido com o poder dos trabalhadores da mídia. Enquanto as empresas de comunicação exercem uma interferência crescente na vida dos cidadãos, os jornalistas, enquanto trabalhadores desse setor, estamos cada vez mais impotentes em determinar os rumos da sociedade e até mesmo a direção de suas vidas profissionais.

É a partir desse entendimento que surge no seio da nossa categoria um movimento de jornalistas profissionais disposto a resgatar e promover o verdadeiro e legítimo PODER DAS REDAÇÕES.

Inicialmente é preciso deixar bem claro qual nosso conceito de “redação”. Com o avanço tecnológico e o crescimento da abertura de postos de trabalho para jornalistas em locais diferenciados aos das redações tradicionais (em jornais, revistas, rádios e tv’s), a idéia de redação foi ampliada fundamentalmente para qualquer estrutura onde haja um ou mais jornalistas trabalhando. Hoje encontramos redações nos sites (portais), nas agências de comunicação e de notícias, nas assessorias de imprensa (onde atualmente é absorvida a maioria dos jornalistas) e ainda nas redações virtuais (escritórios caseiros), onde atuam os profissionais que trabalham por conta própria (free-lancers, pessoas jurídicas etc).

O PODER DAS REDAÇÕES, portanto, está pulverizado e adormecido, sendo preciso novamente despertá-lo e organizá-lo. Nem mesmo nas redações tradicionais é possível perceber a força e o potencial da organização do trabalho dos jornalistas. Estamos desarticulados e com nossa auto-estima em baixa.

Distante e esquecida está a última demonstração de força desta categoria, quando em 1989 realizou sua última e contundente mobilização trabalhadora, mostrando à sociedade paraibana o desrespeito com que o patronato costumava nos tratar.

O comportamento dos empresários da comunicação no Estado mudou muito pouco nesses quase 20 anos. Em algumas situações até piorou. Por outro lado os jornalistas foram aos poucos abandonando sua organização de classe.

A crise do modelo sindical que assolou as organizações representativas dos trabalhadores nos últimos anos foi um fator decisivo para alimentar este esvaziamento nas lutas sindicais, mas não é sua única causa. Na Paraíba, particularmente, a gestão anacrônica e caduca do sindicato dos jornalistas foi um dos motivos desse esvaziamento, mas não sua única causa.

O enfraquecimento do poder dos jornalistas, como parte da classe trabalhadora, se deu também por motivos mais sutis e menos perceptíveis. A saturação do mercado de trabalho é um desses motivos. Com a oferta crescente de mão-de-obra qualificada, lançada a cada ano pelos cursos superiores de jornalismo (na Paraíba já são três), o minúsculo e anêmico mercado paraibano se viu superabastecido de profissionais prontos a disputar as parcas vagas existentes. Essa realidade teve uma relação direta com a política de baixos salários praticada pelos empregadores. Salários defasados e aviltados mais mercado inexpressivo formaram a combinação nefasta para que no seio da nossa categoria grassasse a competição desleal e anti-ética e o individualismo inviabilizando qualquer tentativa de reforço do corporativismo jornalista.

Nesse período o sindicato viu minguar o número de profissionais novatos e de jornalistas recém-formados dispostos a assinarem a ficha de filiação. Tudo isso teve uma conseqüência imediata também na formação sindical de novas lideranças, condenando a entidade ao comando perpétuo de sindicalistas “profissionais”, na sua grande maioria jornalistas afastados do cotidiano das redações e, portanto, das reais demandas dos filiados.

Devolver o poder às redações hoje significa, portanto, reconectar o elo perdido entre os jornalistas profissionais e a entidade sindical que os representa. Poder às redações é rearticular os laços de solidariedade e os interesses comuns dos trabalhadores do jornalismo paraibano, despertando em cada um a estima e o orgulho de pertencer a um grupo social que tem a nobre (e difícil) missão de mostrar à sociedade suas glórias e mazelas.

Renovar o poder dos profissionais do jornalismo paraibano é mostrar-lhes as reais possibilidades do resgate de sua dignidade como trabalhador e cidadão. O PODER DAS REDAÇÕES vai restabelecer o papel de protagonismo, aglutinador, representativo e de liderança do nosso sindicato junto à categoria, aos movimentos sociais e à sociedade paraibana.

Por isso estamos aqui, companheira e companheiro jornalista, convocando você a também fazer parte dessa história; desse movimento, dessa nova caminha e dessa luta. Para devolver aos trabalhadores o poder que deles jamais deveria ter sido roubado.

Mobilize-se no seu local de trabalho, filie-se, reivindique, discuta, critique. Venha conosco construir um sindicato forte e de luta!



O QUE QUEREMOS:

* Representantes de TODAS as redações na Diretoria do Sindicato;
* Modernização e democratização do estatuto;
* Gestão colegiada (fim do presidencialismo sindical);
* Campanha de filiação permanente;
* Veículos de comunicação sindical;
* Formação sindical para novas lideranças;
* Reciclagem profissional periódica;
* Administração, ágil, moderna e transparente;
* Elevação dos pisos-salariais;
* Fiscalização da carga-horária de trabalho;
* Direito autoral assegurado;
* Melhores condições de trabalho nas redações;
* Democratização da comunicação