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sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Junta Governativa só tem membros ligados a Land




Momento da votação: todos por um!


Nós bem que tentamos, mas a Junta Governativa, escolhida ontem à noite no auditório da OAB pelos jornalistas filiados ao sindicato da categoria, foi composta apenas por pessoas ligadas ao grupo político liderado pelo ex-presidente Land Seixas. Além dele próprio, a Junta nomeada tem os seguintes nomes: Marcos da Paz, Orlando Ângelo, Edson Verber, Antonio Vicente, Tatiana Brandão, Damásio Dias, Franco Ferreira e Rafael Freire.

Na opinião dos representantes do movimento Novos Rumos, a formação da junta não poderia atender apenas à hegemonia da atual direção do sindicato, cujo mandato expira no próximo domingo, dia 20. “A escolha dos membros desta junta deve seguir o atual momento de disputa onde projetos distintos disputam a direção efetiva. Assim, a formação da junta deveria levar em conta as indicações feitas pelas chapas concorrentes”, defendeu Dalmo Oliveira, minutos antes da votação que escolheria os membros do grupo gestor.

Novos Rumos propôs que a Junta fosse formada com apenas cinco membro, sendo dois representantes do grupo landista, dois representantes da oposição sindical e mais um jornalista com posição neutra, escolhido entre os filiados da entidade presente à assembléia.

Edson Verber apresentou a proposta de uma junta-caixão composta de nove membros previamente definidos pelo grupo situacionista. Antes da votação, Rafael Freire fez uma fala atacando a proposta de composição paritária. Para ele, uma Junta Governativa composta desta forma não conseguiria governar o sindicato por conta do antagonismo ideológico dos representantes dos grupos em disputa.

A argumentação de Freire, além de reacionária, teve a clara intenção de manipular os presentes, lançando o discurso de discórdia inconciliável. Para nós, ao contrário do pensamento expressado pelo grupo da situação, o exercício democrático pleno é totalmente compatível com o convívio dos opositores. “O discurso apresentado por Rafael reflete bem sua ideologia calcada num centralismo ultrapassado”, comenta Dalmo.


Intervenção branca

O ex-presidente Land Seixas declarou, a respeito da liminar concedida pela Juíza substituta da 4ª Vara Cível da Comarca de João Pessoa, que suspendeu a eleição da entidade no dia 22 do mês passado, que o remédio jurídico obtido por Novos Rumos seria uma interferência da justiça na organização dos trabalhadores. Land acha que só conseguimos a liminar porque os juízes são comprometidos com os empresários da Comunicação aqui na Paraíba. Seixas disse ainda que a decisão da Justiça é uma “intervenção branca”. Na mesma reunião, de maneira exaltada, o jornalista Gilson Souto Maior, ex-presidente da Comissão Eleitoral do pleito suspenso, considerou a decisão judicial “uma excrescência jurídica”. Os pronunciamentos de Seixas e Souto Maior refletem o desrespeito para com as Cortes locais. Uma temeridade.

Murilo na PB

Uma das grandes surpresas da assembléia foi, sem dúvida, a presença do presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sergio Murilo. Ele fez um discurso inicial ressaltando a importância da categoria e a defesa da democracia. Ao final da assembléia, Murilo conversou rapidamente com integrantes do movimento Novos Rumos. Dalmo disse que havia ido à Brasília em outubro passado para uma audiência com ele no intuito de solicitar o acompanhamento do processo eleitoral paraibano e não a intervenção da Fenaj no sindicato, como foi divulgado.

Marcos Lima disse a Murilo que a única intenção do movimento Novos Rumos é garantir transparência e igualdade de condições na disputa eleitoral. Os integrantes da oposição reclamaram ao presidente a falta de divulgação da Fenaj sobre todos os fatos ocorridos na Paraíba nos últimos meses. “Não há uma linha sobre esse assunto no site oficial da Fenaj”, reclamou Oliveira.

Sergio Murilo responsabilizou o jornalista da Fenaj pelo silenciamento sobre a problemática no sindicato da Paraíba. O presidente prometeu corrigir a falha. Novos Rumos espera que o funcionário não seja punido pelo esquecimento.

Próximos passos

Novos Rumos respeita a decisão da assembléia, mas considera que o grupo escolhido na última terça-feira, na OAB, não representa satisfatoriamente o conjunto da categoria. Durante a assembléia, ponderamos que a busca por soluções na Justiça é uma atitude totalmente compatível com o jogo democrático e plenamente previsto numa sociedade moderna regida pelo Estado de Direito. Desrespeito com a categoria é o que esse grupo vem praticando há quase duas décadas à frente do sindicato, manipulando informações, excluindo lideranças críticas e conduzindo a entidade com respaldo numa minoria manobrada.

Iremos acompanhar de perto todas as ações da Junta Governativa. “Esperamos que os prazos estatutários sejam garantidos, no sentido de oferecer oportunidade de sindicalização a todos os jornalistas interessados em participar do pleito, com condições de voto e de votação. Também estaremos vigilantes ao que diz respeito à vida financeira e contributiva da entidade, para que o grupo da situação não use indevidamente os recursos sindicais para tentar, a qualquer preço, garantir a vitória”, diz Fabiana Veloso, outra integrante do grupo oposicionista.

Caravana campinense

Em pouco mais de um mês assistimos uma movimentação incomum de pessoas sindicalizadas em Campina Grande, comparecendo em caravana às assembléias que elegeram a Comissão Eleitoral, no dia 06/11/2007, e na terça-feira passada, dia 15/01, para escolha da Junta Governativa.

Ficamos felizes que nossas ações estejam despertando o interesse dos associados. O que questionamos são os critérios para o arrebanhamento dos filiados em Campina Grande e em Patos para a participação dos eventos sindicais na Capital. “A convocação e o transporte desses companheiros e companheiras estão se dando de forma anti-ética e anti-democrática, uma vez que só se garante a vinda daqueles que apóiam o ex-presidente Land Seixas”. Observa Dalmo. Ele desconfia que o custeio dessas despesas de transporte dos jornalistas interioranos para João Pessoa está sendo bancado com os recursos da entidade. “Se a Van foi paga pelo sindicato, seria justo que a convocação tivesse sido feita de forma pública, contemplando todos os sindicalizados interessados em participar das assembléias na Capital, o que, efetivamente não ocorreu”, diz o sindicalista.

É com esse tipo de prática que Novos Rumos não compactua. Denunciaremos sempre qualquer manobra que prejudique o conjunto da categoria. Defendemos a lisura e a transparência do processo eleitoral e iremos até as últimas conseqüências na defesa da democracia e do igualitarismo de oportunidades para todos os jornalistas paraibanos interessados na vida sindical.







Murilo fez audiência com grupo da oposição depois da assembléia

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