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sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Eleição da Fenaj mostrou desinteresse de jornalistas pelo sindicalismo na PB



por Dalmo Oliveira


A última eleição da Fenaj na Paraíba deixou várias lições, porém a mais preocupante diz respeito à representatividade do nosso sindicato. Dos 979 sócios, filiados à entidade, foi constituído um “colégio eleitoral” de apenas 204 jornalistas aptos ao voto. Destes, só 159 pessoas compareceram às urnas. Em Campina Grande foram só 35 votantes! O que dizem esses números (oficiais da apuração da própria Fenaj)? Eles revelam que pouco mais de 20% dos jornalistas filiados ao sindicato capitaneado por Land Seixas, Edson Veber e Lúcia Figueiredo (eleitos pela chapa 1 na Fenaj) mantém atualizada sua situação com a tesouraria da entidade (aos cuidados de Marcos da Paz). Ou seja, mais de 80% dos jornalistas profissionais paraibanos, filiados ao sindicato, não demonstram qualquer interesse em quem vai estar ou deixar de estar na direção da principal entidade nacional representativa dessa categoria.
As causas da inaptidão para a votação e do desinteresse pela vida sindical tem origens diversas. A maioria dos filiados não consegue participar das eleições sindicais simplesmente porque jamais conseguiram quitar o débito de mensalidades, que hoje é de R$ 18,00 por mês. Não que sejamos uma categoria de velhacos inadimplentes. O fato é que nos últimos dez anos o sindicato não conseguiu desenvolver um modelo de cobrança e arrecadação eficiente. Essa é a causa administrativa. O desinteresse se dá porque a maioria não confia mais na direção do sindicato. Essa é a causa política e mais grave!
Para quem trabalha com carteira assinada nas grandes empresas (Tvs, rádios, O Norte, Correio, Sistema Paraíba) ou em alguns órgãos do serviço público estadual ou municipal e que autorizou o desconto sindical em folha, não existe muita dificuldade para manter-se adimplente com a entidade. Mas para todos os demais filiados que estejam fora do mercado tradicional de jornalismo, pagar as mensalidades tornou-se uma verdadeira missão impossível.
A primeira dificuldade é encontrar a sede do sindicato aberta. O segundo desafio é marcar horário com o presidente Land Seixas ou com o tesoureiro. A situação é tão esdrúxula que até os componentes da atual diretoria estão devendo ao sindicato. Dá pra imaginar um quadro desses... Eu mesmo só consegui quitar minha situação no dia da eleição, preenchendo o cheque n° 900245 da Caixa Econômica, no valor de R$ 150,00, referente a cerca de dez meses de inadimplência. Outros diretores sequer votaram porque continuam devendo.
Manter parte dos filiados inadimplente não é apenas desleixo e inaptidão administrativa da direção do sindicato. É, mais que isso, uma manobra estratégica para manter possíveis adversários sem condições de participar da vida sindical.
É com esse tipo de mentalidade e com esse modelo de sindicalismo que estamos lidando. Um modelo que prefere arruinar as finanças da entidade para garantir uma hegemonia maquiada e anti-democrática. Na maioria das vezes (nas eleições) a situação de inadimplência se transforma em arma de cooptação dos jornalistas “desgarrados”. Funciona mais ou menos assim: “Liquidamos teus débitos e você vota na gente...”. Se o conselho fiscal da entidade fizesse uma auditoria independente poderia achar um certo descompasso entre a receita de entrada de caixa e a lista de sócios inadimplentes no balancete de julho.
Assim, para a atual diretoria é cômodo que mais de 80% dos filiados estejam em débito com o “nosso” sindicato. É cômodo também para aqueles que passam o ano inteiro sem contribuir e nas vésperas da eleição recebem o “perdão” da dívida contributiva ou facilidades para quitar os débitos.
Em toda essa trama, há um fato que não se comenta muito e o que mais me deixa preocupado: é que o número de jornalistas paraibanos não filiados ao sindicato pode ser até duas vezes maior que o de colegas sindicalizados. Ou alguém lembra quando foi a última grande campanha de filiação desencadeada por nossos gloriosos sindicalistas?
Digo campanha mesmo, com cartazes, e-mails etc. Pois essa mensagem vai servir para isso. Uma campanha de filiação em massa dos jornalistas que atuam na Paraíba. Se você possui registro profissional, procure o sindicato e se filie. Ligue
para o presidente-coronel. O celular dele é o 9979.20 46. E diga: “Quero me filiar para votar contra você na próxima eleição!”.
Para os que estão devendo ao sindicato e não sabem como pagar, uma dica: deposite R$ 18,00 por mês na CAIXA ECONÔMICA, conta 63909, agência 0036. Depois é só mandar um fax do comprovante para o Fone/Fax: (83) 3222- 5632, ou uma xerox para: Rua Índio Pirajibe, 98 - 1º andar – Centro - CEP:58011- 200 - João Pessoa/PB. Se o fax tiver quebrado ou sem papel você ainda pode escanear o comprovante e mandar para o email
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