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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Re-textualizando a “luta sindical”


Essa é uma tentativa de responder à nota divulgada pela Chapa Linha Independente, cujo título é “Derrotar o oportunismo e avançar na luta”, distribuída ontem pela rede mundial de computadores, a internet. Faremos nada mais que um breve exercício de Análise do Discurso da nota situacionista. Como todos sabem, a AD pertence ao campo da Lingüística, mas aqui nosso esforço analítico é muito mais ideológico e sociológico que semântico. E filosófico também, porque não?

“Derrota” e “avanço” parecem termo antagônicos, mas não na escrita dos situacionistas. “Incertezas” é uma boa palavra para definir o momento sindical na nossa categoria. Não temos uma diretoria legítima na direção da entidade. As eleições foram adiadas DUAS vezes pela Justiça. O que será da campanha de salários esse ano? Perguntam-se os combativos sindicalistas de plantão. Tudo tão incerto como dois mais dois são cinco.

O grupo da gestão perpétua pretende convencer a “categoria” de que é legítimo disputar sozinho (como sempre fez) as eleições para diretoria de nossa entidade. Ora, se o pleito vai ser disputado por somente uma chapa, isso, na prática, não é nenhuma “disputa” e sim uma espécie de referendo a um grupo que hegemoniza a direção do sindicato DOS JORNALISTAS por quase 20 anos.

O grupo da situação diz que desrespeitamos o Estatuto, mas não fomos nós quem “rasgamos” esse documento ao negligenciar o que rezam os artigos Art. 6º (A filiação será automaticamente assegurada mediante a apresentação do registro profissional) e seu parágrafo primeiro. Art. 12º (O associado está sujeito às penalidades de advertência, suspensão e eliminação, quando cometerem desrespeito às normas deste Estatuto, do Código de Ética e quando em atraso de suas mensalidades sindicais por mais de três meses). Art. 20º (Nenhum motivo poderá ser apresentado pelo Presidente ou pela Diretoria do Sindicato no sentido de impedir a realização de assembléia convocada nos termos deste Estatuto). Art. 25º (São atribuições da Diretoria do Sindicato: a) cumprir e fazer cumprir este Estatuto, o Código de Ética e as deliberações da categoria, tomadas em todas as suas instâncias). Parágrafo Terceiro do Art. 37º (Da decisão da Comissão Eleitoral caberá recurso, em última instância, para Assembléia Geral Extraordinária a ser convocada pela Diretoria). Se fôssemos mais rigorosos, a diretoria landista já teria sido cassada por total descumprimento do Art. 42º.

A nota situacionista segue em sua aventura semiótica falando de um tal “vício do oportunismo político”, mas, afinal de contas, quem é mesmo o viciado em poder aqui? NOVOS RUMOS, que prega alternância, ou o pessoal da Linha Independente , que se agarra ao poder no Sindicato dos Jornalistas há quase DUAS DÉCADAS?

Quem são os verdadeiros oportunistas nesta história: nós que vislumbramos uma oportunidade de mudar a face da nossa entidade de classe, ou esse grupo que se arvora de sindicalista e se locupleta na direção sindical ad infinitum? Quem aproveitou o lapso de tempo da transferência do processo da Justiça Comum para a Justiça do Trabalho, chamando uma eleição ilegal e imoral em menos de 20 dias?

É fácil verificar a incompetência dos nossos adversários quando se vê eles declararem que na nossa chapa haviam “(...) membros que devem mais de dez anos e outros que nunca pagaram uma única contribuição”. Se o nosso Estatuto manda a diretoria desligar aqueles que devam ao Sindicato por mais de três meses, como é possível que tenhamos gente devendo mais de uma década e filiado que jamais contribuiu com nossa tesouraria? Tem alguma coisa errada aí!

Ainda sobre a questão da inadimplência é preciso deixar claro que nosso estatuto não exige qualquer tipo de comprovação para registro de chapas no ato da inscrição. Além do mais, o ex-tesoureiro da entidade, que estava no sindicato no momento da nossa tentativa de registro da chapa NOVOS RUMOS , se recusou a verificar as pendências do componentes.

Como um grupo representado por alguém com a formação cultural do ex-presidente pode reclamar que somos coniventes “(...) com os falsos jornalistas, portadores de registros precários (...)”. Uma perguntinha: em que gestão foi denunciado o surgimento de carteiras de jornalistas falsificadas?

Sobre o assédio moral é bom lembrar que tem sido nosso Movimento que vem promovendo seminários sobre essa problemática. E sobre a falta (ou excesso) de ética basta lembrar os atos de agressão patrocinados por diretores do grupo situacionista na última eleição da Fenaj dentro da sede do Sindicato.

NOVOS RUMOS não só tem interesse na campanha salarial como elaborou uma pauta de reivindicações alternativa àquela apresentada (pela enésima vez) ao patronato pelos sindicalistas perpétuos.

Não vemos nada de sadio num processo político onde a ocultação de informações públicas, a manipulação da realidade e o cultivo de “currais eleitorais” transformaram-se nas estratégias do grupo que comanda nossa organização sindical. Cegueira e inconseqüência são características típicas de quem não quer ver que a categoria exige mudanças e de quem usa os métodos mais escusos para permanecer no poder. Os que mais poluem a missão sagrada (e, consequentemente, a imagem) do nosso sindicato são aqueles que transformaram nossa entidade num escritório de negócios particulares, numa extensão de suas propriedades privadas e numa espécie de banca para o tráfico de influência e de prestígio.

Por fim, gostaríamos de dizer aos nossos antagonistas que “densidade eleitoral” só pode ser medida depois que houver eleições. Assembléia não é parâmetro para medir tal densidade. Lembrar que, pelos dados da atual diretoria, nós já somos mais de mil filiados, porém pouco mais de 200 estão em situação de adimplência e que isso é um mau sinal para aqueles que se miram exclusivamente no formalismo estatutário e na crença de que essa apatia na classe jornalística paraibana dure para sempre.

Aos companheiros e companheiras que começam a manifestar publicamente apoio à nossa causa, reiteramos nossos compromissos na busca por um sindicalismo transparente, democrático, ético, propositivo, protagonista de mudanças, pro-ativo, moderno, combativo e corajoso.

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