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sábado, 21 de março de 2015

Comunicadores vão criar fórum contra violência e censura



Vários comunicadores fizeram relatos de ameaças


Censura, assédios e violência física e moral. Esses são alguns dos principais problemas enfrentados por comunicadores paraibanos no cotidiano de suas atividades profissionais. A constatação foi feita pelos participantes de uma reunião ocorrida na tarde desta sexta, 20, no auditório da Associação Paraibana de Imprensa (API), em João Pessoa. Os participantes decidiram, ao final do evento, criar um fórum permanente para discutir esses outros problemas que afligem categorias de trabalhadores da comunicação, como jornalistas, radialistas, blogueiros e midialivristas.
Comunicadores que atuam em pequenos meios de comunicação são mais vulneráveis
A reunião foi proposta pelo Coletivo de Comunicadores Novos Rumos e contou com o apoio integral da presidenta da API, Marcela Sitônio. “A situação é mais complicada do que imaginávamos. Precisamos tomar algumas providências com urgência”, disse a jornalista.
Carioca, que atua no radiojornalismo e em blogues na região do Conde, contou, por exemplo, que teve recentemente sua casa alvejada por armas de fogo por conta de sua atuação profissional em Jacumã e outras localidades do litoral sul.
Outro comunicador contou que costuma ser ameaçado por pessoas ligadas à assessoria de comunicação da Prefeitura do Conde. Diz que um assessor vive ameaçando tomar providências para que o Ministério das Comunicações cancele a concessão pública da rádio comunitária Jacumã FM, onde ele atua. “A gestão tenta primeiro nos comprar, quando não consegue começam as intimidações”, diz o radialista comunitário.
Para o blogueiro Dércio Alcântara, os comunicadores populares e comunitários estão desprotegidos porque não possuem uma entidade que os represente. Ele propõem que a API altere seu estatuto para abrigar essas novas modalidades de comunicadores em seu quadro de associados.
Criação de fórum deverá envolver também autoridades constituídas

         Marcela Sitônio disse que vai propor uma nova reunião com outras entidades para discutir os encaminhamentos da reunião. “Vamos convocar os sindicatos das categorias afins, como jornalistas e radialistas e entidades governamentais e não-governamentais, como OAB, Ministérios Públicos, Secretaria de Segurança Pública, comissões de direitos humanos e outras a fim de ampliarmos a discussão e buscarmos soluções em conjunto”, garantiu a jornalista.
Outra decisão da reunião foi que a API envie ofício à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado solicitando audiência com o titular Cláudio Lima para pedir informações sobre o caso da execução do radialista Ivanildo Viana, assassinado há algumas semanas, cuja motivação ainda permanece uma incógnita.
“Além da violência física, nos preocupa a violência simbólica e cognitiva contra os profissionais da mídia local, como o desrespeito de autoridades constituídas aos profissionais no exercício de sua profissão, como o que ocorreu recentemente na Assembleia Legislativa. A judicialização contra a liberdade de expressão tem se configurado como um novo tipo de censura aos comunicadores sociais e isso é muito ruim para a garantia ao direito à comunicação que a sociedade precisa ter”, comenta o jornalista Dalmo Oliveira, do Coletivo Novos Rumos.



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