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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Lula faz discurso que desqualifica Radcoms

foto: Expresso MT

por Dalmo Oliveira (direto do Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília)

















Presidente se mostrou deslumbrado com tecnologias digitais na abertura da CONFECOM

A primeira conferência de comunicação não podia ter começado pior. O presidente Lula fez umlongo discurso ontem à noite na abertura do evento, onde exibiu todo seu deslumbramento com as possibilidades das novas tecnologias digitais para a comunicação. Em relação às rádios comunitárias, Lula fez um discurso equivocado, depois que ativistas cobraram uma fala sua sobre o assunto. Ele disse que a maioria das emissoras comunitárias estariam nas mãos de políticos, desqualificando a luta histórica do movimento comunitário em busca de democratização na comunicação.

Parte da plenária vaiou o ministro Hélio Costa e o presidente do Grupo Bandeirantes, Johnny Saad. Já o presidente Lula foi aplaudido ao dizer que lastimava a ausência de setores empresariais que não vieram à conferência com medo da discussão.

O presidente do FNDC, Celso Schoreder, lembrou em seu discurso que a luta recente pela democratização tem um herói, o também jornalista gaúcho Daniel Herz. "A sociedade pavimentou o caminho até aqui", disse Celso, que chamou os filhos de Herz para uma homenagem póstuma. Ele defendeu o fim da criminalização das Radcoms e disse que o Brasil não pode mais admitir que a liberdade de expressão seja apenas para alguns setores da sociedade.

Movimentos sociais em conflito

Depois da abertura solene ocorreu uma plenária dos movimentos sociais. A reunião mostrou a fragilidade do entendimento entre as organizações, que se acusaram mutuamente, principalmente, por algumas aceitarem as condições do empresariado para a conferência. Ativistas do Intervozes e de outros setores mais autônomos acusaram a CUT e FENAJ de cederem e "trairem" os demais movimentos, ao aceitarem novo acordo com governo e empresários que determina o quórum qualificado e a adoção de "temas sensíveis" também nos GTs, que iniciam hoje à tarde. Várias entidades abandonaram a plenária antes do final.

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