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sexta-feira, 31 de julho de 2009

O Jornalismo e Paulo Freire

Alfredo Vizeu*

O Jornalismo tem muito a aprender com Paulo Freire, tanto no que diz respeito à compreensão do mundo, bem como no processo de produção da notícia. A investigação é da essência do jornalismo porque diminui a possibilidade do erro e do equívoco. Caso isso ocorra, ainda dentro das práticas jornalísticas, faz-se necessário retificar a informação publicada que se revela inexata. No entanto, uma das tarefas centrais do rigor do método, do conhecimento do Jornalismo, é evitar a ambigüidade na informação. Outro aspecto importante no atual processo de produção da notícia é estar sob a ditadura da audiência, da concorrência, a pressa que pode tornar mais precária a qualidade da informação noticiosa.

Por isso, apropriando-me dos ensinamentos de Paulo Freire, é importante nas práticas sociais do jornalismo irmos além da mera captação dos fatos, buscando não só a interdependência entre eles, mas também o que há entre as parcialidades constitutivas da totalidade de cada um. Nesse sentido, o jornalismo necessita estabelecer uma vigilância constante sobre a sua própria atividade.

Ainda dentro da perspectiva de Freire, consideramos que a comparação que o autor faz entre a ingenuidade e a criticidade pode contribuir para entendermos o Conhecimento do Jornalismo - que trata dos acontecimentos do mundo, dos diversos saberes, dos campos da experiência e do cotidiano. O autor esclarece que não há diferença e nem distância entre a ingenuidade e a criticidade. Para Paulo Freire, entre o saber da pura experiência e dos procedimentos metodicamente rigorosos ocorre uma superação.

Freire argumenta que não acontece uma ruptura porque a curiosidade ingênua, sem deixar de ser curiosidade, continuando a ser curiosidade, se criticiza. Continuando a explicação, diz que ao criticizar-se, tornando-se curiosidade epistemológica, metodicamente “rigorizando-se” na sua aproximação ao objeto, conota seus achados de maior exatidão. A curiosidade metodicamente rigorosa do método cognoscível se torna curiosidade epistemológica, mudando de qualidade, mas não na essência.

É dentro desse quadro que opera o conhecimento do jornalismo. Na produção da notícia o jornalista trabalha constantemente dentro dessa perspectiva de superação. Não é permitido ao jornalista que seja ingênuo na cobertura dos fatos. A tomada de consciência é o ponto de partida da sua atividade. Como é possível dar conta da cobertura dos acontecimentos, da mediação entre eles e a sociedade, se antes de construir a informação não conheço o objeto? É tomando consciência dele que me dou conta do objeto, que é conhecido por mim.

A eficácia da atividade jornalística e o Conhecimento do Jornalismo estão intimamente ligados ao que Freire colocava como a capacidade de abrir a “alma” da cultura, de aprender a racionalidade da experiência por meio de caminhos múltiplos, deixando-se “molhar, ensopar” das águas culturais e históricas dos indivíduos envolvidos na experiência. É dimensão crítica do conhecimento jornalístico, num imbricamento entre teoria e prática.

Por fim, não custa lembrar que esses ensinamentos a partir da leitura da obra de Paulo Freire têm como preocupação mostrar que o jornalista que seja tentado a abrir mão do rigor do método esquece o respeito ao outro, vítima, testemunha, parente, espezinha o respeito que deve a si mesmo: não é mais que um instrumento – um meio! – da informação.

É ainda o mestre Freire quem ensina, e isso é básico para o Jornalismo: o trabalho humanizante não poderá ser outro senão o trabalho de desmistificação. Por isso, a conscientização é o olhar mais crítico possível da realidade, que a “desvela” para conhecê-la e para conhecer os mitos que enganam e que ajudam a manter a realidade da estrutura dominante.

É o dever do Jornalismo a busca da verdade e a ética como singularidade. Uma utopia a ser perseguida diariamente. Um Jornalismo de frontes levantadas. Dentro desse contexto, concluo com Paulo Freire: “...o utópico não é o irrealizável; a utopia não é o idealismo, é a dialetização dos atos de denunciar a estrutura desumanizante e anunciar a estrutura humanizante. Por esta razão, a utopia é também um compromisso histórico”. O Jornalismo é a utopia realizável de um compromisso histórico com a verdade, a ética, a liberdade e a democracia.

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*Alfredo Vizeu – Jornalista Diplomado e coordenador do Núcleo de Jornalismo e Contemporaneidade da UFPE.

domingo, 26 de julho de 2009

Sócios da API referendam nome Marcela Sitônio como a primeira presidente mulher da entidade




A jornalista Marcela Sitônio foi eleita presidente da Associação Paraibana de Imprensa (API) com 600 votos válidos, contra 6 em branco e apenas um nulo.A entidade tem 2.079 associados. Destes, estavam aptos a votar 1.550. Mas apenas 607 compareceram às urnas instaladas em João Pessoa, Campina Grande, Guarabira, Patos, Pombal, Sousa e Cajazeiras, representando 42% do eleitorado com direito a voto.

A posse dos novos membros da diretoria da API vai acontecer no dia 02 de setembro, conforme prevê o Regimento Eleitoral. O local e horário ainda serão definidos A diretoria eleita terá um mandato de três anos e Marcela Sitônio é a primeira mulher a assumir a presidência da entidade ao longo de 76 anos de fundação.

A eleição aconteceu na última sexta-feira no interior do Estado e neste sábado em João Pessoa, onde a votação foi encerrada às 17 horas.

A nova presidente da Associação Paraibana de Imprensa agradeceu os votos dos colegas de imprensa e disse estar satisfeita com o resultado das eleições. "Considerando que a eleição foi com chapa única, sem disputa, a participação nas urnas foi bastante significativa", disse ela.

Os números das urnas recebeu foram os seguintes:

João Pessoa - 371 votos

Campina Grande - 121 votos

Sousa - 43 votos

Cajazeiras - 28 votos

Patos - 16 votos

Pombal - 12 votos

Guarabira - 9 votos

Marcela Sitônio vai assumir a presidência da API no dia 2 de setembro. Ela contou que desafios a aguardam à frente da API: “O primeiro assunto que merece nossa atenção é a reforma do prédio, que tem sérios problemas estruturais. Vamos consultar a categoria para saber se é viável ficar e reformar a sede ou se devemos procurar outro local. Também devemos fazer um recadastramento dos sócios e verificar a situação de inadimplência. Além disso, queremos recuperar o caráter de protagonismo social que a API teve, integrando-a às grandes discussões em torno do desenvolvimento da Paraíba e não apenas nas questões que dizem respeito à imprensa. Além disso, vamos criar um fórum permanente de discussão sobre temas da Comunicação. Mas, não posso fazer isso sozinha. È preciso que nossos sócios participem das discussões”, declarou.

Conheça a Chapa API Diferente

Presidente - Marcela Sitônio

Vice-presidente – Fernando Soares

Secretário-Geral - Gilson Souto Maior

Tesoureiro – Bento Soares

DIRETORIAS

Diretoria Social - Ruth Avelino

Diretoria de Cultura - Damião Ramos

Diretoria de Assuntos Políticos – Walter Galvão

Diretoria de Comunicação Social – Edmilson Pereira

SUPLENTES DE DIRETORIA

Cláudia Carvalho

Alexandre Freire

José Valdez

CONSELHO DELIBERATIVO

1 - Abelardo Jurema

2 – Gerardo Rabelo

3- Carlos Pereira

4- Adriana Rodrigues

5 - Gonzaga Rodrigues

6 - Padre Albeny

7- Anchieta Maia

8 –Agnaldo Almeida

9 – Carlos Aranha

CONSELHO FISCAL

Werneck Barreto

Rubens Nóbrega

Haceldama Borba

Delegados de Base

Campina Grande – Vanildo Silva

Sousa – Ivoneide Lopes da Silva

Patos – Antônio Bento

Cajazeiras – Marcos Geraldo Rodrigues Lopes

quarta-feira, 1 de julho de 2009

NOVOS RUMOS convoca jornalistas paraibanos para discutir desregulamentação

RODA DE DIÁLOGOS
SOBRE
FUTURO
DO JORNALISMO
NA PARAÍBA

sábado, dia 04
das 9h às 13h
auditório do SINTEP
rua José Coelho, 61, Centro de João Pessoa (próximo à Clínica São Camilo)